Mês do Orgulho LGBT - diário de bordo de junho de 2024

Eu sempre trabalho MUITO no Mês do Orgulho, mas 2024 foi especial. Meu primeiro Junho como Diretor de Políticas para a População LGBT de Belo Horizonte foi uma correria sem fim.

Meu Mês do Orgulho esse ano começou em maio, mais exatamente no último fim de semana do mês, quando participei e apoiamos a 1ª Parada Negra LGBT de Belo Horizonte, organizada pela Rede Afro LGBT de Minas Gerais. Foi um evento lindo, marcado principalmente pela grande adesão do público. Nem parecia uma primeira edição...

Já no primeiro fim de semana de junho, eu representei Belo Horizonte em sua primeira participação no Fórum Nacional de Gestores LGBT (FONGES-LGBT), um encontro anual que reúne gestores das políticas públicas LGBT de estados e municípios de todo o Brasil. Nesse encontro marcado pela diversidade, além de aprender bastante sobre as experiências de outros entes federados, ainda tive a oportunidade de perceber o quanto Belo Horizonte está avançada e organizada quando comparada ao restante do Brasil (inclusive se comparada a vários estados).

Em São Paulo, participei da 23ª Feira Cultural da Diversidade LGBT+, organizada pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, onde, além de conhecer vários serviços públicos voltados para a população LGBT e empreendedores LGBT, ainda tive a oportunidade de ver pela primeira vez uma versão impressa do meu novo livro, o “Gênero e Diversidade para Operadores do Direito”, lançado em março pela Editora Devires.

E, ainda em São Paulo, integrando a programação da maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, ainda tive a honra de autografar alguns exemplares do meu primeiro livro, “Cidadania Trans: o acesso à cidadania por travestis e transexuais no Brasil”, lançado em 2020 pela Editora Appris. Em 2021, dei um workshop sobre Diversidade para a Microsoft e a empresa comprou e distribuir dezenas de exemplares desse livro entre seus colaboradores. Em 2024, na programação do Mês do Orgulho, a empresa decidiu promover um evento com várias ações e uma delas era a distribuição dos últimos exemplares disponíveis para executivos do alto escalão. Quando souberam que eu estaria em São Paulo, me convidaram para autografar esses livros no evento.

De volta a BH, participei de um evento muito especial, fruto de uma parceria do UNOPS (Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos) com a SMPU/BH (Secretaria Municipal de Política Urbana de Belo Horizonte, em que pude reencontrar um grande amigo (Rogério Passos) para discutir “Ocupação e produção do espaço urbano pela/para a população LGBT+: fatores de segregação e possibilidade de criação de espaços inclusivos”.

Com a SMDE/BH (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte), eu participei do Qualifica BH que teve como tema a “Inclusão Socioprodutiva das Pessoas LGBTQIAP+”, onde pactuamos, inclusive, o início das pesquisas para criação de uma Cooperativa LGBTQIA+ para empreendedores da capital mineira.

Voltei à Gis +, tradicional boate LGBT de BH que lembro que contava as horas para conhecer quando ainda não tinha 18 anos, dessa vez como palestrante do “I Fórum de Visibilidade LGBTI+: diálogos e perspectivas”, com um time de conferencistas de várias áreas diferentes.

Iniciando a Semana do Orgulho, a Diretoria de Políticas para a População LGBT de Belo Horizonte realizou o “I Congresso Municipal sobre Saúde Integral da População LGBTQIA+”, evento que foi sucesso de público e de crítica e reuniu especialistas do Governo Federal, do Governo de Minas Gerais e das Prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, além de profissionais de saúde da rede privada e pesquisadores em saúde LGBTQIA+ para discutirem o que há de mais atual e urgente quando se fala nesses assuntos. Esse evento foi organizado e realizado pela Diretoria, mas é parte das ações do “Projeto Menos Preconceito é Mais Saúde: divulgação científica em saúde LGBT”, financiado pela Fapemig e coordenado pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais em parceria com a Fundação João Pinheiro, a Universidade Federal de Ouro Preto e a Prefeitura de Belo Horizonte. A iniciativa é fruto da grande demanda existente por capacitação e qualificação dos profissionais de saúde para atendimento da população LGBTQIA+ e suas especificidades e todas as falas proferidas foram gravadas e serão transcritas e publicadas na forma de um livro digital de distribuição gratuita como contribuição da PBH e do Projeto para divulgação dessas informações e conteúdos.

Por meio da Diretoria de Políticas para a População LGBT, a Prefeitura de Belo Horizonte apoiou, ainda, o lançamento do Selo da Diversidade, uma iniciativa da Aliança Nacional LGBTI seção Minas Gerais e da Associação Brasileira de Família Homotransafetivas (ABRAFH/MG), com apoio também da OAB/MG. As empresas que desejarem obter esse selo deverão assinar uma carta compromisso que inclui, entre outras obrigações, que todas as vagas de emprego disponíveis na empresa deverão ser encaminhadas por e-mail para o Centro de Referência LGBT, equipamento da PBH. Nesse evento, ainda tive a honra de ser agraciado com uma homenagem pelas minhas contribuições à causa e meu trabalho junto à população LGBT+ de Belo Horizonte.

Encerrando a Semana no Orgulho, representei a Prefeitura na "Reunião Especial do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+: celebrando nossa existência", que ocorreu na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Ao mesmo tempo, na noite do dia 28 de junho, o prédio-sede da PBH foi iluminado com as cores do arco-íris a pedido da Diretoria de Políticas para a População LGBT.

Paralelo a tudo isso, o Cine Santa Tereza apresentou a Mostra Todas as Cores, que exibiu uma programação repleta de filmes sobre representatividade e visibilidade LGBT, todos sucedidos de debates. Essa Mostra foi iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura com apoio da Subsecretaria de Direitos de Cidadania por meio da Diretoria de Políticas para a População LGBT.

Terminei junho pedindo a todo mundo que julho seja declarado mês do Descanso LGBT, porque o Orgulho acabou comigo...